Elas transformam o setor automotivo: conheça a história das protagonistas nas oficinas

Entrevistas elas transformam setor automotivo

Ainda que venha diminuindo nos últimos anos, continua existindo uma ideia errada de achar que oficina é só para homem. Mas, como estamos no mês das mulheres, temos a obrigação de mostrar que esse conceito está completamente ultrapassado.

Para provar que o público feminino merece ter o seu espaço na área, entrevistamos 4 mulheres que possuem uma história de sucesso no mercado de oficinas.

Elas nos contaram um pouco mais sobre como começaram, como é ser uma mulher dentro do setor automotivo, como o trabalho delas ajuda a acabar com o machismo e muito mais.

Confira agora os relatos e se inspire!

Dra Alessandra – Advogada especialista no setor automotivo

Ultracar: como você começou no setor automotivo, que é predominantemente masculino?

Dra Alessandra: todo mundo me pergunta isso, porque ninguém da minha família tinha uma oficina. Não tenho herança nesse sentido.

Tudo começou por uma coincidência, comecei a trabalhar com concessionárias depois que me formei, há 25 anos. No escritório que eu trabalhava em São Paulo, a gente atendia concessionárias, a Mercedes Benz, inclusive, e quando eu saí de lá eu montei meu próprio escritório.

Aos poucos as coisas foram acontecendo, até que um dia, um cliente veio me procurar e ele era dono de uma oficina em São José dos Campos – SP. 

Ele gostou do meu trabalho e me convidou para frequentar os grupos de oficina. O grupo se reunia uma ou duas vezes por mês, e o gestor trazia as novidades da área. Assim fui convidada a participar de outros grupos, e foi assim que começou.

Ultracar: como é ser uma mulher dentro do setor automotivo? Quais desafios você encontrou e tem encontrado ao longo da sua trajetória?

Dra Alessandra: hoje tá uma maravilha ser mulher no setor automotivo! Hoje as mulheres estão em evidência, atuando como gestoras de oficina. Acontece que elas sempre estiveram lá, só que antes não tinham protagonismo. Hoje elas são sócias das oficinas, as gestoras. Antes eram as esposas dos donos.

Há 20 anos, quando comecei, não tinha nenhuma mulher que dava palestra. Eu chegava no evento e era a única mulher. Eu olhava para a plateia e via 5 mulheres, no máximo, e elas estavam acompanhando os maridos.

Nós estamos sim em um setor majoritariamente masculino que é muito machista. A minha vida toda eu fui testada.

Até hoje, é muito comum em uma palestra minha ou em uma live, alguém que nem tem conhecimento discordar do que estou dizendo só porque eu sou uma mulher, independente de eu ter 20 anos de experiência na área.

Já passei por situações bastante desagradáveis, como assédio, coisas inacreditáveis, mas no geral, hoje eu me sinto bastante acolhida pelo setor. 

Hoje eu vejo as mulheres arregaçando as mangas e assumindo esse protagonismo que é tão importante.

Ultracar: como você acha que o seu trabalho contribui para diminuir o machismo no setor automotivo?

Dra Alessandra: a primeira coisa é a minha presença. As mulheres têm que se ver representadas para falar “eu também posso, também quero, também vou”,

E outra coisa, eu converso com muitas pessoas todos os dias, e eu tento levar para elas aquilo que eu realmente acredito, mostrar possibilidades.

É um caminho longo, muito trabalhoso, mas a gente chegou pra ficar.

Bárbara Almeida – Sócia e gestora do Spa do Automóvel

Ultracar: como você começou no setor automotivo, que é predominantemente masculino?

Bárbara Almeida: eu entrei no setor por uma questão de oportunidade. Fiz 18 anos, fui buscar um emprego formal e acabei entrando em um centro automotivo. Comecei como atendimento ao cliente, achavam que eu me comunicava bem e me deram uma oportunidade em vendas.

Acontece que eu não entendia nada de mecânica e ainda era a única mulher lá, eram 16 homens. Mas eu precisava trabalhar e eu gostei, sempre gostei dessa parte de lidar com pessoas.

Eu comecei fazendo atendimento e depois gerenciava tudo, eu fazia orçamento, vendia, fazia tudo.

Ultracar: como é ser uma mulher dentro do setor automotivo? Quais desafios você encontrou e tem encontrado ao longo da sua trajetória?

Bárbara Almeida: Eu acredito que a gente consegue quebrar esse padrão que o setor tem com inteligência e competência.

Nós temos que trabalhar isso sem levantar uma bandeira de divisão de gênero, mas uma bandeira de que nós somos tão competentes ou até mais.

Já aconteceu algumas vezes de um cliente chegar para falar comigo e com a minha equipe e não se sentir confortável, ser ríspido, mas hoje em dia tem sido bem mais raro isso acontecer.

Ultracar: como empreendedora, quais são os diferenciais da gestão da sua oficina? Por que uma mulher optaria em contratar seu serviço?

Bárbara Almeida: Nós sempre focamos no acolhimento. Isso faz muita diferença. A pessoa que está contratando o serviço precisa de apoio, quer resolver da forma mais rápida e menos burocrática. É preciso colocar o cliente no centro. Fazê-lo entender que você está ali por ele.

Eu sempre foco em ser melhor do que eu sou hoje, porque no final a gente compete com a gente mesmo.

Ultracar: como você acha que o seu trabalho contribui para diminuir o machismo no setor automotivo?

Bárbara Almeida: Eu penso que se eu criasse um ambiente confortável para trabalhar, automaticamente outra mulher se sentiria segura. É uma coisa instintiva. Se eu tiver um ambiente melhor para trabalhar, outras mulheres também terão.

Eu penso “como que eu quero que essa empresa seja lembrada?”. Eu quero ser um lugar confortável para todos.

Elisangela – CEO da MLK Soluções Automotivas

Ultracar: como é ser uma mulher dentro de uma oficina mecânica?

Elisangela: Hoje está muito mais fácil. O começo é sempre mais difícil, você tem vergonha. Sempre pensa: “será que o que eu falei está certo?”.

Eu já ouvi coisas tipo: “só tem você aqui para atender?”, porque as pessoas estavam acostumadas com o ambiente masculino.

Mas eu ia tentando. Tinha dia que eu chegava em casa chorando, falava que não viria mais para a oficina. Achava que não era pra mim.

Mas depois de olhar redes sociais, ver pessoas, eu pensei: por que eu não posso fazer isso? é o que eu sei fazer. Vou fazer do meu jeito.

Ultracar: qual é o diferencial de gestão da MLK?

Elisangela: o diferencial é o nosso jeito de ser. Nós somos “nós mesmos”.

Gestão envolve muita coisa, e a gente foca em diversos pilares, como financeiro, pessoas e usamos muito o sistema Ultracar.

Nós temos o “TPM”, terça para mulher. Toda terça-feira nós fazemos posts para mulheres com dicas e temos um worshop de mecânica básica para mulheres.

Rieli – Proprietária do Garagem R Motors

Ultracar: como você começou no setor automotivo, que é predominantemente masculino?

Rieli: Eu tenho 23 anos e comecei na oficina com 17 anos. Fui criada dentro de oficina mecânica, porque o meu pai é mecânico. Então eu sempre tive contato. Sempre gostei muito de carros.

Eu nunca me vi como mecânica, mas virou minha profissão. Quando se é mulher, você não é incentivada na área, não é visto com um serviço que pode ser feminino também. Eu sempre via homens na oficina, e não mulheres.

A primeira mulher mecânica que eu vi foi a Thais Roland, quando ela apareceu na Globo, e eu achei super legal.

Antes de começar a faculdade, comecei a trabalhar com meu pai, a princípio seria só um ano, e foi assim que eu comecei, ajudando a buscar peças, atendendo clientes.

Depois disso eu fiz SENAI, consegui meu diploma e me tornei técnica do setor automotivo.

Ultracar: como é ser uma mulher dentro do setor automotivo? Quais desafios você encontrou e tem encontrado ao longo da sua trajetória?

Rieli: no começo eu chorava muito, queria debater, ficava brava, mas com o tempo fui aprendendo que não valia a pena debater e sim em focar na qualidade do meu serviço. Dessa forma eu fui conquistando respeito.

Já houve caso de clientes fazerem piada. Eu só não sofri tanto porque eu sempre tive meu pai comigo. Mas sempre ouvia comentários, algumas críticas, só que eu aprendi a lidar de forma tranquila, mostrando meu trabalho.

Com os meus funcionários também foi um processo, mas eu fui aprendendo.

Ultracar: qual o diferencial da sua oficina?

Rieli: o nosso diferencial é oferecer um atendimento mais pessoal, personalizado. Eu sempre gostei disso, gosto de conversar e entender as pessoas.

A comunicação com o cliente é sem dúvidas o nosso diferencial. E hoje atendemos um público feminino muito grande, justamente porque eu faço questão de explicar como funciona, por que tem que trocar, para que elas entendam realmente.

Ultracar: como você acha que o seu trabalho contribui para diminuir o machismo no setor automotivo?

Rieli: Nós focamos nas mulheres. Desde o nosso atendimento, até o nosso ambiente. 

Por exemplo, nosso banheiro tem absorvente, algodão, acetona e afins.

Então nós pensamos nas mulheres desde as coisas mínimas até coisas maiores.

Elas transformam o setor automotivo no YouTube

As mulheres chegaram com tudo na mecânica e estão mudando o jogo. Elas não só estão dominando as decisões de compra, como também estão movimentando uma mudança nas estratégias do setor automotivo. Sua oficina está pronta para esse novo momento? 

Estar atualizado para entender e atender esse público vai fazer sua oficina lucrar mais, fidelizar clientes e até conseguir novos através da indicação.

No mês de março, a Ultracar vai promover lives semanais no canal do YouTube Gestão Para Oficinas para celebrar o Dia das Mulheres e esse novo cenário que nosso setor está vivendo. Clique no banner abaixo e se inscreva! Esse é o momento de conhecer, ouvir e aprender com as mulheres que estão transformando o setor automotivo.

Elas transformam o setor automotivo

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