Dinheiro em papel, aquela boa e velha cédula, e cheques já não são tão comuns como antigamente, não é mesmo? Hoje os consumidores pagam praticamente tudo em seus cartões de crédito e débito — não é exagero dizer que algumas pessoas estão há anos sem usar papel para realizar um pagamento.
Por isso, é mais que necessário que sua oficina disponibilize o pagamento em cartão — se não o cliente vai para o concorrente! — e entenda os cuidados ao utilizar a maquininha de cartão para continuar lucrando mesmo com as taxas da operadora.
Pensando nisso, separamos 4 cuidados que você precisa ter, desde já, ao utilizar uma máquina de cartões em sua oficina. Confira!
1. Aprenda a fazer a gestão do cartão de crédito e débito na oficina
Quando você recebia cheques na oficina não era normal fazer a conciliação e confirmar o pagamento? Com os cartões de crédito e débito é a mesma coisa, mas em vez de verificar o recebimento, o seu trabalho agora precisa ser o de entender e gerir os custos extras desse método de pagamento.
Existem quatro custos que você, gestor, precisa ficar de olho para não perder dinheiro:
- Taxa por transação — o percentual que a maquininha cobra por cada vez que um cartão é passado em sua oficina;
- Custo da máquina — o preço da compra da máquina ou do aluguel, depende de qual foi escolhido por você (e essa é também uma decisão estratégica!);
- Taxa de parcelamento — quando o cliente divide o pagamento, a operadora de cartões cobra uma taxa extra. Ela pode ser uma taxa fixa de juros ou uma taxa que aumenta à medida que aumentam os números de parcelas;
- Taxa de antecipação — taxa cobrada para antecipar o recebimento do dinheiro para a sua oficina.
Todos esses custos precisam estar no seu fluxo de caixa, no seu software de gestão e devem ser acompanhados na rotina administrativa da oficina.
2. Faça o levantamento histórico dos faturamentos da oficina
Pensando na gestão, realize um levantamento histórico de todas as entradas de pagamento por cartão em sua oficina. Veja as taxas que estão sendo pagas e verifique se a “conta está fechando” ou se os juros vêm tendo impacto no seu lucro.
Esse levantamento é fundamental até para conduzirmos o cálculo correto do preço de venda no cartão. Então, foco no que precisa ser elaborado: pegue seu sistema de gestão ou planilha e comece a registrar as contas.
3. Calcule corretamente o preço de venda no cartão
Alguns gestores, e talvez esse seja seu caso, acreditam que para manter o lucro basta acrescentar as taxas da maquininha de cartão no valor do serviço. Isso, infelizmente, não funciona. Pelo contrário: no final você, gestor, sai com um pequeno prejuízo cada vez que passa um cartão em sua oficina.
Para contornar essa situação é necessário usar uma fórmula. Nela, descobriremos qual é o Valor que a Oficina deve Receber (VOR) com base no Preço da Venda (PV) e na Taxa da máquina.
A fórmula fica mais ou menos assim:
VOR = PV ÷ (1 – TX)
Para ficar mais claro, vamos a um exemplo. Nessa situação hipotética, o PV é R$ 1000,00 (para facilitar a conta) e a TX é 15%.
A primeira coisa que fazemos é converter a Taxa. Para isso, basta dividir por 100. Assim, 15% é igual a 0,15.
Agora vamos ao cálculo:
VOR = 1000 / (1 – 0,15)
VOR = 1000/ 0,85
VOR = 1176.47
Se a conta fosse feita da outra forma (apenas acrescentando os 15%) o resultado seria R$ 1150. Viu a diferença? Ela pesa no bolso no final do mês, principalmente se sua oficina tiver um alto volume de serviços.
4. Entenda quando vale a pena realizar a antecipação do cartão
A antecipação de recebíveis é uma solicitação que podemos encaminhar para a operadora de cartões para que ela adiante o recebimento dos valores que seus clientes pagaram. Em contrapartida, a oficina assume os custos da taxa de operação, ou seja, é descontada a taxa de operação do valor que será recebido.
Normalmente o cálculo dessa antecipação é feito em cima de uma taxa multiplicada pelo número de parcelas. Mais ou menos assim:
Pagamentos em 1 parcela => antecipação de 30 dias => Taxa de antecipação × 1
Pagamento em 2 parcelas => antecipação de 60 dias => Taxa de antecipação × 2
Antecipar vale a pena?
A antecipação, em um primeiro momento, nunca vale a pena. Porque ela consiste, basicamente, em pegar um “empréstimo” (já que o recebimento é adiantado) e pagar juros por ele.
Contudo, nem sempre é possível esperar até receber a última parcela de cada pagamento. Se for o seu caso, antes de fazer a antecipação avalie a real necessidade disso e faça o lançamento completo no seu sistema de gestão. Inclua:
- valor que a oficina receberia;
- valor líquido recebido;
- valor da taxa de antecipação.
Por mais que tudo isso pareça trabalhoso, ter uma maquininha de cartão é necessário para o seu negócio. Mas lembre-se: você precisa ficar de olho para reduzir as despesas, aumentar o faturamento e ter uma visão geral dos números da sua empresa.
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